As Marcas da Cruz, O Amor de Deus e as Cicatrizes de Jesus
O Amor Eterno de Deus Revelado nas Cicatrizes de Jesus
É impossível não se impactar ao pensar em um Deus que escolheu carregar cicatrizes em seu corpo glorificado, mesmo após sua ressurreição. Essas cicatrizes, visíveis por toda a eternidade, são lembranças permanentes do amor incomparável de Jesus por nós. Sua entrega na cruz não só marca o ponto culminante da história, mas também simboliza a extensão de um amor tão profundo que transcende o tempo, as dimensões e a própria compreensão humana. Ao olhar para essas cicatrizes, nos deparamos com um convite para refletir sobre nossa própria intimidade com Deus e como podemos aprofundá-la.
Quando vemos essas cicatrizes, elas nos lembram que Jesus não apenas viveu entre nós, mas que Ele escolheu experimentar a dor, a rejeição e o sacrifício extremo para nos reconciliar com o Pai. Como expressa o profeta Isaías, “Ele foi ferido por nossas transgressões e moído por nossas iniquidades” (Isaías 53:5). As marcas de Jesus apontam para a gravidade de nosso pecado e, ao mesmo tempo, para a imensidão do amor divino. Lutero afirmou certa vez que “a cruz de Cristo é a porta da salvação”, pois é nela que encontramos a expressão máxima do amor de Deus, onde o Salvador se entregou inteiramente por aqueles que amava.
Cada vez que olhamos para Jesus, vemos alguém que conhece e entende nossa dor, nossas angústias e nossos pecados. O apóstolo Tomé, ao ver as feridas nas mãos de Jesus, pôde finalmente confessar: “Meu Senhor e meu Deus!” (João 20:28). Essa experiência profunda não só transformou a fé de Tomé, mas revelou que a proximidade com Jesus vai além da presença física – ela está na contemplação daquilo que Ele fez por nós. Como Tomé, somos convidados a olhar para as marcas da cruz e entender que ali, naquele sacrifício, reside o início de uma relação íntima e profunda com Deus.
É importante destacar, como bem observou John Stott, teólogo inglês, que “a cruz é o lugar onde a maldade humana e o amor divino se encontram”. Stott ressalta que as cicatrizes de Jesus são um lembrete da seriedade do pecado e da profundidade do perdão oferecido a todos os que se aproximam d’Ele com humildade. A proximidade com Deus, então, começa na cruz e nas marcas do Salvador. São essas cicatrizes que nos lembram constantemente do custo do amor de Deus por nós.
Contemplar essas cicatrizes nos leva a um lugar de renovação espiritual e fortalecimento de nossa fé. Para muitos cristãos, uma das maiores dificuldades é manter a disciplina diária de oração e leitura da Bíblia, mesmo sabendo que esses hábitos são essenciais para uma vida espiritual saudável. O teólogo e pastor Charles Spurgeon disse certa vez que “uma Bíblia que está se desfazendo geralmente pertence a alguém que não está”. Essa frase reforça a importância de buscar diariamente a Palavra de Deus e de orar com um coração sincero, mesmo que o caminho seja difícil.
Para aqueles que querem aprofundar ainda mais a compreensão desse amor e das marcas eternas de Cristo, recomendo o livro A Cruz de Cristo, de John Stott. Este clássico explora o significado do sacrifício de Jesus e como ele transforma nossa relação com Deus.