Entrega Verdadeira, Adoração e Intimidade com Deus
Às vezes, nossas atitudes em relação a Deus revelam muito sobre o estado do nosso coração. Maria, com seu ato de adoração ao derramar o precioso perfume sobre Jesus, deu um exemplo impactante de entrega e devoção. Em contraste, Judas, ao tentar obter vantagem financeira, revelou sua falta de compreensão e amor verdadeiro. O que estamos dispostos a entregar a Jesus? Qual é o valor que damos ao nosso relacionamento com Deus?
O gesto de Maria, ao derramar um perfume de alto valor – equivalente a um ano de trabalho – é uma expressão de amor e entrega. Para muitos, especialmente para Judas, esse ato poderia parecer um desperdício. Ele questiona: “Por que se fez este desperdício?” (Mateus 26:8), mostrando que sua visão de valor era profundamente materialista e egocêntrica. Em grego, a palavra que Judas usa para “desperdício” é a mesma para “perdição,” indicando que, para ele, a oferta de Maria era algo sem sentido, uma perda. No entanto, é Judas quem, no final, carrega o título de “filho da perdição” (João 17:12), ao traí-lo por um valor infinitamente menor, 30 moedas de prata. Leia “Por que Judas realmente traiu Jesus?”

Esse contraste entre Maria e Judas é emblemático do tipo de coração que agrada a Deus. Charles Spurgeon, famoso pregador e teólogo, observou que “um ato de verdadeira adoração vale mais que o ouro do mundo.” Para Spurgeon, a devoção genuína nasce de um coração que valoriza a presença de Deus mais do que as riquezas terrenas. Esse tipo de entrega profunda não pode ser compreendido por aqueles que veem a vida com um foco puramente materialista. Em seu ato, Maria demonstra que Jesus é digno de tudo o que temos, uma verdade que muitos, como Judas, infelizmente não conseguem enxergar.
Agostinho, um dos grandes teólogos da história da Igreja, argumentava que nossas almas são inquietas até que encontrem descanso em Deus. Ele via na adoração um caminho de entrega e paz, algo que traz ao coração uma experiência de satisfação e propósito. Para Agostinho, o gesto de Maria não é apenas um ato simbólico, mas uma lição sobre como devemos valorizar nosso relacionamento com Deus, acima de tudo o mais.
Essa entrega genuína demanda humildade, um reconhecimento de que tudo o que temos pertence a Ele. Muitos teólogos ao longo da história, como Calvino, enfatizaram que a verdadeira adoração começa quando reconhecemos a soberania de Deus e nos rendemos à Sua vontade. O ato de Maria representa essa entrega e submissão, ao se prostrar e derramar o perfume sem reservas, ela se coloca em uma posição de humildade diante do Criador.
Para manter um relacionamento íntimo e constante com Deus, precisamos nutrir esse coração de entrega. Não apenas quando estamos na igreja ou em momentos especiais, mas diariamente. É fácil deixar as preocupações e a correria da vida nos afastarem dessa comunhão, mas é nesse ponto que reside a importância de uma prática constante de oração e leitura da Bíblia. Quando dedicamos nosso tempo ao Senhor, percebemos que Ele preenche nossa vida de maneira extraordinária e nos dá uma alegria que o mundo não pode oferecer.
Para aprofundar mais sobre o tema e encontrar inspiração na busca por um relacionamento mais profundo com Deus, recomendo o livro Cristianismo Puro e Simples, de C.S. Lewis. Ele explora questões sobre a fé e a adoração, abordando como devemos nos aproximar de Deus com um coração sincero e humilde, em busca de intimidade e propósito.